janeiro 07, 2013

Vendaval

Muitas pessoas desiludem-se com os filmes depois de terem lido os livros. Raramente me acontece, como darei prova através de alguns exemplos que trarei aqui neste capítulo novo. Também me acontece ver o filme primeiro, muitas vezes, e ler o livro depois, para completar informação, essencialmente. Sou cinéfila (e cinematográfica, mesmo na linguagem, muitas vezes). E não sou muito dada à imaginação, não exulto por aí além a fantasiar lugares e coisas na minha mente. Gosto essencialmente do real, da ausência de interpretação, das coisas como são. Daí que o que me deixa maravilhada e em êxtase seja sempre mais o bom cinema. Por muito que goste de um livro o prazer não é maior, nunca, do que aquele que tenho com um filme inesquecível (podem atirar-me pedras, vá. Não, não podem, pensando bem.) O som, a imagem, o movimento, o carisma dos atores (sim, gosto desta gente, muito), a vida que um filme tem ultrapassa a leitura, mais quieta. Quando falamos de ficção, claro. Um filme maravilhoso é uma experiência sensorial avassaladora, completa, um vendaval de sentidos. Gosto de livros, desde criança, e gosto ainda mais de filmes. Dirão alguns que o filme é já uma interpretação de outros, que assim fantasiaram com o livro. Pode ser, é, seja. Mas cada um escolhe a sua realidade - crua ou filtrada -  preferida. Sou altamente seletiva quando leio ou vou ao cinema, ou vive-versa, e raramente um filme, adaptado de uma obra literária, me desilude.





"O Monte dos Vendavais"
Li o livro, que adorei, as paixões trágicas na paisagem de época inglesa marcam o meu romantismo literário, mas curiosamente não vi o filme. Ou, devia dizer, os filmes. Ao que sei, são 3 as versões, a primeira já mais antiga (se bem que isto do cinema ser velho seja relativo, os bons filmes são intemporais, a única coisa que os data mais será a fotografia) com Laurence Olivier, a segunda a que deixo aqui através do trailer, e uma mais recente, em que Heathcliff é de raça negra, arriscando-se porventura um pouco mais na leitura de uma das irmãs Bronte.

5 comentários:

  1. O Morro dos Ventos Uivantes, é o nome no Brasil.

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  2. Li o livro e vi o filme, mas foi pela mão da minha mãe. O livro existia lá em casa. O filme vi mais tarde. Era ainda muito miúda e o filme impressionou-me e não o entendi. Mais tarde voltei a ler o livro e aí tudo fez sentido.

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    1. Pois, este é um dos muitos filmes que estão em lista de espera, mas quase tenho a certeza que não me desiludirá. O par Ralph Fiennes / Juliette Binoche assim o promete...:)

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  3. Também prefiro filmes a livros, apesar de achar frequentemente que a "história" nas obras literárias é melhor do que na adaptação ao cinema. Talvez eu seja um pouco purista nesta questão, mas os realizadores gostam de dar um toque pessoal à película o que, por vezes, deturpa um pouco (ou muito) a história original. Este não é o melhor exemplo, mas vi há algum tempo uma versão de "Anna Karenina" dos anos 80 com a Sophie Marceau e que desilusão! Acredito que Tolstoi (que não li) tenha feito muito melhor trabalho e que a nova versão cinematográfica corresponda às minhas expetativas. Marla

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    1. Pois, de facto, haverá casos em que as adaptações são fracas. Fracos filmes, é isso. Mas quando são bons, omg, são mesmo! Eu darei conta de alguns deles neste novo capítulo.

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