março 05, 2011

Em nome da graça


Inspirada pelo blogue de um amigo, também eu almejei escrever um texto humorístico. Mas a coisa tá difícil cá para este lado. Primeiro é preciso ter graça. Onde está ela? Conheço uma que trabalha comigo, podia ir buscá-la. Mas será isso que me salva? Segundo é preciso procurar um tema, um tópico, uma figura, uma coisa qualquer. Não me lembro de nada. Tento e não consigo mesmo lembrar-me. Jesus Christ. Quer isto dizer que nada tem piada? Para mim? Confesso que, por esta altura, estou a ficar assustada. Leitor ajude-me. O que é que pode ser verdadeiramente cómico para eu fazer o texto? O primeiro-ministro? Portugal? Eu sei que são engraçados mesmo anedóticos mas não me fazem rir muito. Não sei bem porquê mas ...não. Mesmo fechando os olhos e concentrando-me muito... ná, na dá. E lá fora? O Gadaffi tem a sua piada mas não me apetece falar dele. Gosto francamente de o ver atirar papeís na ONU, eu própria fiz isso uma vez quando apresentei um espectáculo de escola, e é uma coisa verdadeiramente libertadora. Olha atirar os papéis todos da escola isso sim teria muita graça. Graça, Maria, Isabel, Esmeralda, Lena... todas ficariam mais leves aposto. Mas o coronel tem uma parte que me chateia, coisa mínima, que é eliminar os opositores. Não sei porquê mas sempre gostei muito de oposições. Sejam elas quais forem. Ser do contra é bem mais divertido do que pertencer ao governo. Uma pessoa fica mais descontraída, pode ser irresponsável e ninguém se manifesta para nós sairmos. Step down, em inglês, que é mais engraçado. (Steps - Passos. Oh pá, esta veio a calhar.) Também podia falar do inglês. Os alunos a aprenderem inglês. Mas como sabem tanto não dá pica. Teriam que ser mesmo fraquinhos. E esses não há. Lamentamos mas não há nos mercados. (Nestes só há nervos e os nossos alunos são do mais relax que há.) Com o decorrer do tempo, fruto de brilhantes políticas educativas e de tecnologia super avançada, a massa estudantil tem-se refinado. Aliás nem sei o que é que os professores fazem na sala de aula. Não estamos a ser, desta forma, francamente úteis. Isto sim, isto pode ser hilariante. Não está o leitor a rir já a bandeiras despregadas? (Não percebo bem esta expressão mas achei que ficava bem aqui. Afinal sempre contém a palavra rir.) Bolas, acho que afinal a graça mora aqui. E eu a pensar que era outra pessoa. Tonta. Sou mesmo distraída. Deixem-me ir ali perguntar aos da casa quem sou. (vou e venho) Pronto, já estou mais descansada. Afinal sou eu. Ooops, por momentos duvidei que era séria e sem piada. Prometo que vou tentar num próximo texto. Era melhor que tivesse sido humorística num primeiro e não num segundo. Afinal primeiro é primeiro e segundo é segundo. Mas sempre pode ser num terceiro. Assim a coisa já muda completamente de figura. Um mau primeiro é mau mas um bom terceiro já é bom. Obrigado leitor por me compreender. E acompanhar. Se você ainda está aí, puxa, você tem mesmo sentido de humor. Você acha piada a tudo. Estou parva. Aliás agora está na moda ser parvo. Livra de não o ser. Hehe.


3 comentários:

  1. Só sei que o texto é bem divertido. Assistimos à construção do objecto humorístico, sempre com a presença impositiva do narratário,como num tutorial. Enfim, fizeste-me rir com o nó górdio que me deste no cérebro... eheheeheh
    joao de mirantha

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  2. Que texto bem disposto! Fez-me rir, com certeza! Mas não é fácil, sabes? Tenho ouvido dos melhores atores que o papel cómico é mais difícil do que o dramático, senão o mais difícil.
    Fazer rir não é fácil! É preciso ter uma veia humorística e, como sabes, nem sempre os próprios humoristas conseguem fazer rir! It´s a hard job, but you did it! Desejo-te um bom domingo com muito humor e boa disposição! Marla

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  3. É bem difícil sim... enquanto o escrevia fartei-me de rir (alegria saloia lol). Mas está longe de ser hilariante no sentido de brilhante. Ui tenho muito que andar... Faty

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